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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

VÍCIOS

Estão nos rodeando a cada segundo, desconfiamos de sua presença, achamos que não vamos cair, porém estamos propensos a todos os dias nos sujeitarmos a eles, quem são eles? Os vícios. Têm diversas formas de se identificar um: bebida, jogos de azar, pecados internos e inconscientes; em parte, temos necessidade de um ou outro, desde que bem controlado como quase todo adolescente que entra em contato com a bebida ou com suas primeiras experiências amorosas. Dentro da Igreja, a regra é não se martirizar. Pecou, pecou, mas está distantíssimo de ser incorrigível, e sim apenas mais um “mero” instrumento da Cólera Divina. Na cabeça de um adolescente, o mundo é um moinho que gira mais rápido do que parece, e quando ele cai nas tentações, não é por fraqueza, mas por uma questão biológica, se não uma questão psicológica que os obriga a cometer o pecado do espermatocídio, mas o pior depois disso é a culpa que pode ou não ficar depois de (para ele) um claro sinal de fraqueza emocional e inevitável prazer forçado. Na cabeça de um viciado em drogas, a questão é mais psicológica, o entorpecente altera seus circuitos e ele fica sem saber o que se passou ou o que se passa na realidade diante de seus olhos, que depois de sempre querer mais, um dia verá seus nervos pedirem um “basta”. Para um viciado em bebidas, o sistema alterado, a exemplo das drogas, se achará como que numa dependência de um bem estar que não leva a lugar nenhum a não ser o mundo próprio de seus delírios que ele tenta esquecer. Para um viciado em fumar, a questão é sempre mais uma questão de estilo de viver, mas que um dia pode se transformar em um pulmão defeituoso e sistemas nervoso e imunológico que poderão não reagirão direito aos instintos naturais a partir da terceira idade. Para os viciados, é fácil entrar e tentar se livrar deles, mas para quem já luta há mais de dois anos para acabar com seu vício, tudo é difícil demais, e parece não ter soluções possíveis. Se esse esforço não valesse à pena, não teríamos órgãos que trabalham para esse fim como a Fazenda da Esperança, um órgão ecumênico para reabilitação de dependentes químicos. Por incrível que pareça, numa certa Casa de Saúde de Mossoró/RN, são vistos na ala de recuperação entre os internos, e trazidos pelos próprios parentes, maços de cigarros (popularmente conhecidos como Carteiras). No mundo de hoje, a saúde não tem mais tanta importância, como dizia o poeta, “Só se dá valor quando se perde”. Em cidades interioranas, sem muita metrópole, como em Caraúbas, Pau dos Ferros, Encanto e Grossos, são feitas campanhas, reinvindicações e até mesmo atenções especiais são dadas aos mais velhos e aos mais próximos do centenário, e por incrível que pareça, essas cidades têm mais representantes atuantes (senão essa palavra, mais “preocupados” em providenciar um atendimento digno para os cidadãos) do que as grandes metrópoles, pois em Natal, raramente se vê tanta movimentação pela saúde como em cidades pequenas, a não ser quando os agentes ou o sistema de saúde está de greve, e quando os cidadãos (principalmente os mais jovens) estão aí para esse assunto. A Campanha da Fraternidade deste ano, “Que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclo, 38, 8), nos faz pensar nisso atentamente, mas ainda não é um resumo definitivo, é preciso pensar antes no status de quem promove uma boa saúde e não no caso dos viciados fumantes ou alcóolicos que quando não morrem em filas de hospital, morrem como os usuários de drogas, por queima de arquivo. Os únicos que têm mais chances possíveis e próximas de mudar mais depressa são os adolescentes que já se entregaram ao costume de obter o prazer sozinhos, a masturbação. Quanto a esse caso, e aos outros, a Igreja recomenda que se procure ajuda ou que se preencha o espaço com atividades que possam preencher esse vazio, pois todo usuário de drogas, tenta preencher o vazio que ele tem de anônimo, todo alcóolico tenta preencher o vazio que tem de desamor ou de paz faltante, os fumantes tentam preencher o espaço que eles não tiveram em sociedade ou por sua pouca aptidão para atividade física, e os adolescentes, tentam preencher o vazio em que estão inseridos em sua sede de aventuras amorosas levados por um instinto de procura por prazer imediato psicológico. Quanto a esse caso, que hoje em dia cresce em massa entre a maioria dos católicos, percebe-se que a maioria dos jovens não são mais virgens após os quinze anos, e que a maioria não são mulheres, mas o oposto, são rapazes. Não querendo seguir à risca a letra de uma música de 1977: “A luxúria tira o brilho de uma vida e destrói a singeleza do amor. Da mulher faz objeto, faz do homem pecador, a luxúria faz peteca do amor” ¹, mas querendo no fundo o perdão, todos os tipos de viciados e dependentes sentem falta de amor verdadeiro, precisam disso para se reafirmar humanos, e além do amor de Deus, que eles sabem que têm, a maior das revelações acontece quando eles procuram um caminho de volta, quando conseguem. Quando encontram esse caminho, podem não ter mais o amor de amigos e parentes, porém têm o amor de quem nunca os viu e um dia se preocupou em ajuda-los como Madre Teresa, Irmã Dulce e Pe. Leão Dehon que pregava “Ir ao Povo”. É nisso que acredito, é nisso que eu ponho fé, é nesses exemplos que eu espero me inspirar para começar a cumprir a grande sina universal de tentar mudar este mundo, se eu não conseguir, paciência, um dia alguém surgirá e dirá todas as palavras que um dia, o maior pensador disse com os pés no chão quente da Judéia. Quem sabe?

¹ ZEZINHO SCJ, Pe. Verdades que eu rezo e canto. São Paulo, Panorâmico, 1977, LP. (Coleção Teodicéia, Volume 2)

Pedro Augusto de Queiroz
Bacharelando do 4° período de Ciências Sociais da UERN

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