O domingo, dia 12 de Fevereiro de 2012, antecedente do Domingo de Carnaval, foi marcado por lições de vida, lições de fé, de aprendizado e de amizade. Primeiramente, como sempre o acolhimento dos fieis em concentração no Portal do Saber às 7:00 da manhã. A caminhada saiu depois de uma cantoria animada de louvores e orações. À frente, um exemplo de força, um cadeirante, cujo nome não me foi informado, mas a quem passo a bandeira da coragem por conduzir a imagem de Mãe Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt numa cadeira de rodas. No meio do caminho, um rapaz que chegou no momento, o ajudou relembrando, no bom sentido (obviamente), a passagem do Simão Cirineu no Evangelho de Lucas (Lc 23, 26). A caminhada chegou à Igreja (Velha) de Nossa Senhora de Fátima no Abolição II sob aplausos deles mesmos e sem muito alarde a não ser por quem estava ou morava ali por perto. Sendo o propósito principal do encontro fortalecer a Fé em Cristo Jesus e em Nossa Senhora, o lema principal do encontro era “Oração, Conversão e Evangalização/Apostolado”, sendo pautado a todo momento por Pe. Severino que agradeceu primeiramente ao abrir a igreja para o grupo que se aproximava. Primeiramente agradecendo a presença de tantos fieis, o Frei Edson abriu o espaço para as discussões que dariam àquela manhã uma aura de espiritualidade extrema. Fazendo quase que ao contrário das demais viagens e encontros em outras cidades, o “desjejum partilhado” foi servido depois de uma rápida recepção por parte de Raniere, o coordenador diocesano que referiu também algumas palavras após a refeição de todos. A lojinha, comandada por Maria Augusta e Maria Fernandes chamava a atenção pelos produtos e perceptivelmente atraía compradores de todas as zonais, como atestavam as camisas-uniformes que eles usavam. Quando todos voltaram ao interior da Matriz, logo se percebeu que estavam com sede de conhecimento e de estímulo para continuar a buscar Deus. Como dizia uma conhecida música de um padre natalense gravada em LP em 1980 pelas Edições Paulinas, “Fala Senhor, Estou aqui, Senhor, pois Tu és nosso Libertador” ¹, esta estrofe nos recorda bem a falta que nos fazia de estímulo para começarmos um domingo de lições. Primeiramente, Raniere, começou enfatizando sobre a presença das zonais e parabenizou aos dois convidados especiais do Terço dos Homens que vieram da Arquidiocese da capital Natal, João Pinheiro e João Cláudio. Para um deles inclusive, tive a honra de além de passar a manhã inteira no banco posterior ao que estava sentado, ainda estar propiciamente perto para o momento do Abraço da Paz de Cristo ao final do encontro. Convidado para ser acólito na missa, um dos dois ficou na lateral do altar. Segundamente, um dos integrantes da equipe da própria igreja, deu seu testemunho que emocionou pela segunda vez (a primeira havia sido em Pau dos Ferros no ano anterior), e eu particularmente percebi duas mulheres em destaque na primeira porta lateral direita, a que dava para o pátio onde havia sido servido o café da manhã. Uma, aparentando idade ouvia atentamente as palavras e se emocionava ao ver tamanha vitória e a segunda, externando esse sentimento, vertia lágrimas de emoção, pelo que pude notar quando ele desceu do altar, as duas pareciam ser sua mãe e esposa, mas tenho minhas dúvidas, além de total ignorância quanto à situação por estar observando à distância. Seu depoimento falava de sua superação quanto ás drogas e a sua relação familiar. Recebeu muitos aplausos por parte da assembleia e se emocionou ao descer para abraçar essas duas mulheres à porta. Também recebeu várias congratulações dos amigos e dos diferentes integrantes das mais diferentes zonais visitantes. Em dado momento após esse depoimento, fotografei o pequeno, porém acolhedor espaço que serve de sacrário para a Eucaristia. Localizado á direita do altar, abriga em seu interior algumas cadeiras, médias janelas estilizadas em vidros coloridos além da porta de vidro espelhada, o que garante pelo menos discrição aos confessionários do lado esquerdo do altar e aos contemplantes que nesta saleta entram. O ambiente abriga um ícone ortodoxo de Nossa Senhora ao centro da visão da sala, assim que entrei, senti uma presença de Paz e de oração constante ecoando pelas paredes como nunca senti. Dá vontade de ficar ali o dia inteiro, pela calma e pelo silêncio que aquele lugar emanava. Dentro, os músicos que dariam vida ás canções na missa ensaiavam num tom de relaxamento e a baixos tons de amplitude de som, eu pude perceber pelos poucos segundos naquela sala, o ambiente que transmite Paz a quem procura falar com Deus e recomendo aos que se sentem atribulados e sem Paz, e até a quem já é da própria Igreja e nunca a viu. Mediante outros dois depoimentos advindos da coordenação, um pequeno intervalo foi programado e depois, começava assim a parte mais importante do dia, a celebração. Pe. Severino e a equipe de liturgia, nas leituras nos lembraram (e novamente aqui nos artigos) a Campanha da Fraternidade deste ano, que reflete a saúde pública do Brasil. Já está mais do que claro que este ano está pautado na saúde não só física, porém espiritual do brasileiro. Em sua homilia, Pe. Severino nos ensinou duas coisas que dificilmente irei esquecer, primeiramente, que todos nós do Terço lembramos (no bom sentido) os sapos popularmente conhecidos como “cururus” que são inofensivos e ao mesmo tempo evitados por todos, assim somos nós, somos os que mais precisam rezar, não só por nossas almas e por nossa conversão, mas também pela conversão do mundo ao nosso redor. A princípio estranhamos essa comparação, só que nós esquecemos que todo sapo injuriado, no fundo esconde a alma de um príncipe esperando a hora de acordar para a vida. Sua comparação nos indicou a concepção a seguir, que somos os “Príncipes de Nossa Senhora” que esperam o chamado dela para acordar para a missão. Segundamente, o que nos chamou a atenção foi a maneira de rezar um terço todos os dias e nem perceber (justa e obviamente sendo levado á prática e hábito constante). O sistema seguido por ele é simplesmente dividir o dia em 5 momentos para contemplação dos mistérios. O primeiro mistério, indicado para a hora em que se acorda, depois de agradecer a Deus a graça de mais um dia, é que se reze em intenção daqueles que lhe fizeram mal. O segundo, rezado em algum outro momento antes do meio-dia tem sua intenção voltada para aqueles que foram ofendidos por você. O terceiro mistério, indicado para o momento de convivência do almoço ou após, é rezado em intenção das autoridades políticas e religiosas, ou seja, pelos prefeitos, vereadores, governadores, padres, bispos, seminaristas e pelo Papa. O quarto mistério, indicado para algum momento entre o anoitecer ou depois das seis da tarde é rezado em intenção da instituição mais importante do sistema da vida, a família. O quinto e último mistério, rezado antes de dormir, é rezado em intenção das pessoas que lhe fizeram bem agradecendo por elas existirem e nunca esperando retribuição. Este método é muito flexível quando se trata de pessoas que não sentem tempo para rezar ou simplesmente não têm paciência de rezar um rosário inteiro de uma vez só. Por fim, antes do final da missa, os coordenadores das diferentes zonais se reuniram e deram a palavra de encerramento fechando com um poema do “Poeta do Terço dos Homens”, Leandro e com a bênção proferida por Pe. Severino. Ao final da celebração e do fechar das portas da igreja, foi servido o almoço e fartou-se quem quis. Ainda me pergunto quem, ao comer, pensou naqueles que nada tinham àquela altura do dia para se alimentar, sendo também uma das preocupações de Pe. Severino quanto ao desperdício do alimento servido. Encerrarei deixando um desejo para os próximos encontros do Terço dos Homens: eu particularmente gostaria de gravar as homilias, que desde a viagem a Caraúbas me ensinam cada vez mais sobre a vida e se possível lança-las em áudio, em CD, em vídeo ou em qualquer outro meio de comunicação acessível às grandes mídias, como diz o Pe. Zezinho SCJ, “sejamos comunicados e comunicadores”. Com tantas lições fica difícil encerrar este artigo, mas vejo que já contei o principal, então a quem é do Terço, coragem e persistência, e a quem não faz parte do movimento e tem curiosidade, fica aqui o convite e sinta-se muito bem vindo nem que seja para um dia só, mas garanto que deste dia, seu coração aceitará o convite de Nossa Senhora sempre ao lado de Seu filho, pois como dizia Antônio Cardoso em seu LP de 1981, “Ó minha mãe de Nazaré, tá faltando muita fé prá poderem Te aceitar” ². Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo, para sempre seja Louvado.
Pedro Augusto de Queiroz
Bacharelando do 4° Período de Ciências Sociais da UERN
Referências:
[1] CAMPOS, Pe. José Freitas. Estou Aqui, Senhor. In: ______________. OS PREFERIDOS DE DEUS. Interpretação Vocal: Jessé e Coral Edipaul, São Paulo, Edições Paulinas Discos, 1980, LP.
2 CARDOSO, Antônio. Maria Mulher. In: ______________. HISTÓRIAS DA GENTE. São Paulo, Panorâmico (Edições Paulinas Discos), 1981, LP.
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