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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

CRISMA, OPÇÃO DE CORAGEM


É sem dúvida um momento de muita emoção, receber os Sacramentos Católicos. Digamos que é uma escada que se trilha até completar se em si os dons da Trindade Santíssima. Primeiramente, o Batismo é uma prova de que este cristão estará somado ao número de filhos de Deus Pai, mesmo que ainda totalmente alienado da realidade ao seu redor. A Primeira Comunhão é o segundo passo, onde o cristão recebe o Filho, Jesus, no Pão Divino, a Eucaristia. Já o terceiro passo é a Crisma, onde se recebem os dons do Espírito Santo para se afirmar verdadeiramente um cristão de atitude. Esta semana, ao assistir uma Crisma no Santuário de Santa Clara (anexo ao Mosteiro das Irmãs Clarissas), me veio à memória o tempo em que para ser Crismado, não se precisava nem de muita fé, pois todos os meninos, principalmente os católicos de ontem, se tornaram os adultos executivos de hoje e os pais deles, católicos fervorosos não conseguem mais passar certos valores aos seus filhos, a fim de que achem sua própria fé. Eu admiro muito aqueles que estavam se formando, pois hoje em dia, pouquíssimos rapazes e moças na cidade suportariam por um ano uma preparação em que seriam instruídos acerca daquilo que muitos jovens hoje em dia consideram dispensável: a igreja. Aos que ainda são semente de um mundo melhor que queremos construir, aplausos, mas não aqueles que servem para engrandecer em vão e sim, aplausos dignos de quem merece ser aplaudido pelos predecessores. Como diz a passagem Bíblica: “Então falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos, Dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem; Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los; E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes, E amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas, E as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens; Rabi, Rabi. Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos.” ¹, não devemos ser aqueles que se exibem e que procuram sempre estar na frente, temos nossos defeitos, qual homem não tem? Mas como chamados, eles devem anunciar, seja como for, a Palavra de Deus. Quando Padre Sátiro anunciou à multidão que os jovens estavam já engajados em atividades na paróquia, o senhor Bispo Dom Mariano com certeza se encheu de orgulho, pois são poucos também que procuram servir à igreja depois de prontos e crismados. O compromisso assumido ao microfone, diante do clero e principalmente de Deus diante da assembleia que assistia à celebração, me veio a esperança dos futuros servos de liturgia, de futuros homens de bem e principalmente de fé naquele em quem acreditam que seja o seu Salvador. Se o Batismo é um sacramento essencial, a primeira comunhão e o matrimônio estão perdendo pouco de sua força, a Crisma hoje em dia é um sacramento, digamos de muita “coragem” para assumir a missão e não ter vergonha de assumir que faz parte dos chamados antigamente “Soldados de Cristo”. Na celebração é muito interessante e gratificante vê-los se formar os “apóstolos-juniores” do Reino, porém é melhor ainda quando se assumem verdadeiramente os cristãos de verdade. Diz uma música do Pe. Zezinho assim: “Quando eu vejo que existe no mundo esta falta de paz / Os cristãos com vergonha de ser o que Cristo pediu[...].” ², seria o hino que se recomendaria a qualquer crismando que assume sua cruz, que não é cruz fácil de carregar, sabemos todos, mas que no fim a promessa se cumprirá: “Felizes os aflitos, porque eles sentirão em suas cruzes a ternura de Deus que é pai e mãe!” ³. A exemplo das Irmãs Clarissas que participaram da alegria dos crismandos, mesmo que separadas por um gradeado entre o altar e uma pequena capela em que elas se reúnem para orar, ocasionalmente separada por uma cortina. Ao final da celebração, o ponto alto, uma pequena homenagem em forma de canção que eles tiveram a ousadia, e a palavra é essa mesmo “ousadia” de usar como hino de início de trabalho “Precisamos de santos, jovens santos, santos de calças jeans, que tomem coca-cola e comam hot-dog. Precisamos de santos, jovens santos, que levem Deus no coração, que semeiem a Paz e amem o irmão”. 4 Neste mundo de hoje, merece uma medalha quem agir como diz a canção, pois está muito mais difícil ser cristão e pessoa do que ser humano e acomodado. A esses jovens, o meu abraço fraterno e desejos de crescimento na fé como Deus quer.


Referências:
¹ Citação: Mateus, 23: 1-8.
² Tempo de Ser Esperança. Letra e Música: Pe. Zezinho SCJ. LP “O Filho do Carpinteiro”, 1976, Sono-Viso do Brasil.
³ As Bem Aventuranças. Texto de Dom Pedro Casaldáliga sobre citação de Mateus, 5. LP “Agora Vale a Vida”, 1993, Comep.
Precisa-se de santos. Mayra e Mayara Barbosa sobre carta apostólica de João Paulo II. CD “Família é bom d+”, 2009, MC Produções e Eventos.

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